quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sedentário



A escuridão me completa, 
um amalgamado de sentimentos.
Mórbidos lugares – refúgio das sombras.
Insaciável sede dê sangue:
o suprimento de minha alma,
o caminho para eternidade...

Dionísio da Silva 05/09/2001

Fragmentos de vida



– (...)
– Não! O que importa é nosso amor e nada mais importa!
– (...)
– Mas você tinha que saber que te amo, porra!
– (...)
– Não, não e mil vezes não! Amo verdadeiramente... o que sinto por você é real, acredite!
– (...)
– Com certeza... vou tentar...
– (...)
– Mas então se lembre de tudo o que fizemos, de tudo o que fomos...
– (...)
– Mas acima de tudo, lembre-se que eu te amo!
– (...)
– Para você também, beijo... tchau... (mas eu ainda te amo)

Dionísio da Silva 01/04/2005 (Dia da mentira)

Poesia como vocação



Hoje acordei com vontade de fazer poesia!
Escrever sobre Deus e a vida...
Amar, odiar, chorar, sorrir, pensar sobre tudo,
Expelir sentimentos por todos os poros,
Embriagar-me de poesia!
E nessa exagerada vontade de falar:
– Ou porra, ó eu aqui – de dizer algo para o mundo...
Dessa transcendência da minha percepção de vida
(compreendendo essa melhor que ninguém)
Transposta em palavras,
Consigo enxergar a “verdade”!
Disparando ideias no vago,
Construindo diversas poesias no mesmo instante,
Iludindo-me como o melhor,
Como um poeta dos grandes tempos...
De repente, paro!
Olho por todas as dimensões: para cima, para baixo, para um lado, para o outro, por dentro...
E logo me deparo com minha posição no mundo:
A poesia e eu.

   Dionísio da Silva 01/04/2005 (Dia da mentira)

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ode à vida


Sejamos deuses!
E que sejamos todos Dionísios!
E nos banquetes regados a muita carne e vinho,
embriagai-vos de todo vinho,
de toda carne,
de toda orgia!
Gozai de completo universo nostálgico!
Enaltecei os sorrisos,
Celebrai a imaculada vida!
Libertai-vos do sofrimento...
Que nossa religião seja o sexo!
Que nossa fé mantenha o cálice cheio!
Que nossa crença baseie-se no profano!
Sejamos boêmios, amantes da noite
e quando jogados na fria neblina que precede a manhã,
testemunhas privilegiadas do cantarolar dos pássaros, orquestra para nossos ouvidos;
no aviso do dia a chegar,
despeçamos do relento da noite e da ressaca como um pai que vê pela última vez a sua filha...
Rompamos com a moral!
Despreocupamo-nos quanto ao sentido!
Não ludibriemo-nos com valores,
pois ora, somos deuses afinal!
Desfrutemos da liberdade plena...
e nesse processo de ascensão: orgulhar-nos-emos de termos sido corajosos,
por termos afastado todos os medos e todas as inseguranças,
de termos superado todos os obstáculos nessa escalada...
Sairemos das profundidades dos abismos, fortalecidos,
com o sentimento de dever cumprido...
E entregues à eternidade
façamos da loucura nosso ritual,
e da morte nosso mito...

Dionísio da Silva 24/05/05