terça-feira, 31 de julho de 2012

Sexo-Deus


Jeito menina
desde sempre alucina,
minha droga preferida,
mina que fode com minha vida!

A filha da puta me mostra a calcinha para provocar
e no mesmo instante a devoro com um súbito olhar.
Rígida formalidade do lugar?
Insuficiente para me impedir de lhe abusar!

Faz de propósito e ainda esboça um sorriso maroto
me deixando sem graça em uma situação embaraçosa,
depois me diz que não tem culpa de ser gostosa,
mas digo-lhe se existe culpado esse sou eu, o tarado fogoso!

Ah, essa marquinha de biquíni sensual...
o meu viagra visual!
Eficaz para levantar o meu (p _ _) astral,
gosta de me deixar assim impulsivo e todo temperamental!

Sabes que por detrás dessa máscara de bom moço se esconde uma mentalidade insana,
deste homem primata que bate-lhe na bunda e te joga na cama
segurando seus braços, lambendo suas orelhas e mordendo seu pescoço,
peles em contato, calor estrondoso!

Agora um tapa, após, um beijo carinhoso,
um puxão de cabelo e um abraço majestoso,
simbiose de dor e prazer, sexo e amor
sutil idolatria do belo e do ardor.

Intercâmbio incessante de unhadas, apertões, puxões, tapas, mordidas e fluídos corporais;
longe de sermos angelicais, revelamo-nos canibais!
Consumindo um ao outro, consumidos pelo prazer,
sem culpa, sem remorso, sem fazer questão de o querer saber!

Doce, e quente, encontro da agressividade com o sexo,
Inibição do desejo sexual? Mais uma besteira sem nexo!


Dionísio da Silva 2004

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Lampejos


Proferindo palavras, entoando a sinfonia,
às quais seriam imortalizadas um dia
não fosse aquela incrédula alegria:
saber que nenhuma pobre alma a testemunharia.
Já dizia...

para cada homem uma verdade!
Contudo não se atrevam a tomar isso por bondade!
Dê a vós tão-só a resposta que cada um merece
não mais valiosa em relação ao seu julgamento sobre este apetece!
Sentiria...

a sublime dor que pela ponta da espada alcança,
análoga ao gozo em efeito do sorriso da criança,
entranhando e tocando mesmo o mais sólido dos corações,
petrificado e inflamado busto, brada alto tuas ações!
Desabafaria...

agarrem-se a vida, não receiem vossa morte!
Joguem vossos sobejos remanentes à própria sorte!
Inermes malditos e fracos – parasitas pactuantes,
sobrevivam reféns do medo, pranteiem por leis vermes rastejantes! 
(A)calmaria...

  tão quão algumas normas, a necessidade do outro se forja em temeridade,
às quais assolam primordialmente os mais suscetíveis e os de mais longa idade!
A força de uns se clama e se mede por espadas,
a de outros se sustenta em palavras e mentiras bem contadas...
Berraria...

descontaminai-se de compaixão: abster-se do outro mais vale a qualquer ação!
Não alimentais alguma pretensão – longe disso seja vossa intenção!
De tentar redenção tornando estas palavras a panaceia dos desafortunados,
de generalizar estes anseios particulares à maioria, à escória dos condenados!
Profetizaria...

estão abrolhando de vossas precipitações os infortunados!
valores os quais seus maiores feitios são nascer bem-aventurados,
amados pelo fato de não deverem ser idolatrados!
idolatrados porquanto não devem ser amados!
Advertira...

preocupados se a incerteza do amanhã vos devora,
recusem o sofrimento do depois que se adianta – preparai-vos na reflexão do agora!
O instinto conservador se faz quase sempre um bom proveito,
conforme também o arrojo possa vir a ser o vosso “defeito”!
Caminharia...

a solidão se nutre do tido poeta e/ou louco,
o qual consegue domar os sentimentos antes estes lhe extraiam a “razão”.
não denotando isso a supressão da emoção,
deixo esses pensamentos e me ausento mais um pouco.
Sorriria...

Dionísio da Silva 13/02/2011

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Doce desilusão




Mesmo com a mais sensata consciência
É impossível perdoar, é inalcançável a clemência.
A razão confrontara-se com a emoção,
Transformara-se em ódio a fugaz paixão.

Antes estes lábios doces de inestimável gostosura,
Agora não mais doces revelam tamanha amargura.
Ontem sua pele tão macia, seu olhar cativante, mágico;
Hoje tudo é áspero! Tudo é trágico!

Um amor que me fizera acreditar, que me fizera crer,
Que estava tão perto de chegar, tão perto de entender,
Tão quão o meu prezar, tão quão difícil é esquecer!

Passaste como um Deus: onisciente e forte,
Mostrando-me o caminho, jogando com minha sorte.
Trouxera-me à vida, trouxera-me a morte...


                                                                                                                                                      Dionísio da Silva 2000 

sábado, 14 de julho de 2012

Oximoros da saudade



Saudades do que não tive, não tenho e jamais terei!
Saudades do que não fui, não sou e nunca serei!
Sinto falta do período que ainda não passei,
das primaveras e do pôr do sol que nunca verei...

Saudades de acreditar no impossível e no improvável!
Saudades de não saber tudo o que agora eu sei!
Sinto falta das experiências que nunca tive
e das que nunca terei...  

Saudades da mulher que nunca verei,
da boca que nunca beijarei,
da pessoa por quem nunca chorarei...
Saudades de quando mentia!
Saudades da época que ainda tinha, 
um motivo sincero e verdadeiro para ter,
saudades!

Dionísio da Silva 04/07/2012