quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Competir poeticamente?



Competir: a chave do reconhecimento poético?
Sintomas de um mundo caquético?
Poesia direcionada a um tema inventado,
criação por “vontade própria” já é coisa do passado?
O capitalismo tomando as rédeas da arte, na figura da competição,
exercendo domínio dos mecanismos promotores de prestígio e critérios de avaliação...
poesia para merchandising da mercadoria é o caminho da salvação?
Premiação: publicação em saco de pão!  

A comparação inequívoca de boas poesias atualmente pode ser realizada,
a qualidade discrepante de uma frente a outra, doravante facilmente é detectada,
pois baseada em “critérios objetivos” procedidos das mais profundas e sãs consciências
não resta espaço para dúvidas, para a subjetividade e quaisquer malevolências!
A relação de afetividade se elimina na escolha precisa do magistrado,
geralmente composto pelo pessoal da publicidade; galerinha dá conta do recado!
Para que alguém letrado?

Se antes frutos da subjetividade eram saboreadas, refletidas, sentidas, apreciadas,
agora abortos da objetividade são selecionadas, comparadas, mensuradas e avaliadas!
Tristes daqueles trocadores de elogios do “sucesso” advindo dessa bazófia,
talvez haja a necessidade de mais um pouco de filosofia...
Sabedoria?
Bem, vou indo, já estou atrasado que preciso no correio correndo enviar a minha!

Dionísio da Silva 09/08/2012