sexta-feira, 17 de maio de 2013

Sonho



No fértil terreno de seu couro capilar, unhas feitas rastelos de seda, meticulosamente,
aram obstinadas semeando um sonho: sonho feito de mel; sabor de céu!
Germinando do toque entre as partes carnudas e salientes de nossas faces,
fruto da maciez das maçãs coradas, de seu liso rosto rosado, um sorriso tímido,
porém sincero, brota em seu semblante, tornando-o ainda mais lindo.

Pelos de meu peito roçam, massageando, maliciosamente suas costas.
Minhas coxas, quão a dorme-dorme, se encolhem no contato às suas.
Meu braço, ao forte abraço, se dobra envolto ao seu.
Um eu que já é teu.
Você que já é minha.
Um nós!

Professando o entrelaçado da minha mão ao seu corpo desnudo, o afago
que como a água se embrenha no solo, de teu seio,
se ramificando no deslize dos meus dedos, distribuídos generosamente em seu corpo.
Adaptando-se ao calor dessa terra convidativa e gentil, escorro meus lábios
que derretem na sua sinuosidade: em cada curva, em cada detalhe, capricho total
e como em um passe de mágica: abracadabra!

O sonho cultivado por mim vinga também naquele que planta,
que como uma criança, cá também sonha acordado; fazendo deste, realidade.
Realidade deitada ditosa em nossa cama, que agora soberba sonha.
Ah! Este sonho que sonha, que encanta... sem preocupação,
sem ciência do que se passa, neste breve e eterno momento, que se fez meu.

Dionísio da Silva   26/04/2013