No fértil terreno de seu couro capilar, unhas feitas
rastelos de seda, meticulosamente,
aram obstinadas semeando um sonho: sonho feito de
mel; sabor de céu!
Germinando do toque entre as partes carnudas e
salientes de nossas faces,
fruto da maciez das maçãs coradas, de seu liso rosto
rosado, um sorriso tímido,
porém sincero, brota em seu semblante, tornando-o
ainda mais lindo.
Pelos de meu peito roçam, massageando, maliciosamente
suas costas.
Minhas coxas, quão a dorme-dorme, se encolhem no
contato às suas.
Meu braço, ao forte abraço, se dobra envolto ao seu.
Um eu que já é teu.
Você que já é minha.
Um nós!
Professando o entrelaçado da minha mão ao seu corpo desnudo,
o afago
que como a água se embrenha no solo, de teu seio,
se ramificando no deslize dos meus dedos, distribuídos
generosamente em seu corpo.
Adaptando-se ao calor dessa terra convidativa e
gentil, escorro meus lábios
que derretem na sua sinuosidade: em cada curva, em cada
detalhe, capricho total
e como em um passe de mágica: abracadabra!
O sonho cultivado por mim vinga também naquele que
planta,
que como uma
criança, cá também sonha acordado; fazendo deste, realidade.
Realidade deitada ditosa em nossa cama, que agora soberba
sonha.
Ah! Este sonho que sonha, que encanta... sem preocupação,
sem ciência do que se passa, neste breve e eterno
momento, que se fez meu.
Dionísio da Silva 26/04/2013