Percorri infindáveis
caminhos,
mas nenhum me levou até
você.
A imensidão do mundo
fez-se pequena perante
minha determinação.
Mil sóis, desertos
escaldantes,
presentearam-me rasgando
com rugas
a pele que não me deixa
mentir
e muito menos sequer esquecer
este suado percurso.
Os céus testemunharam a
incessante busca
e por vezes se comoviam,
derramando lágrimas,
ajudando a apagar as
pistas que me guiassem até sua alma.
Mares foram desbravados
à sua procura,
montanhas movidas,
obstáculos transpostos
à custa de sangue,
contudo, para cada muro
derrubado
outro surgia em seu
lugar.
Pessoas, tentando me
ludibriar de minha missão,
com falsos dizeres
sobre sua ausência,
me taxando de louco,
não se dando conta que
tomei uma direção incontornável,
e necessária,
para mim.
Afoguei-me em bebidas,
que só provaram do
insucesso
em entorpecer meu
objetivo, em tentarem desviar do meu propósito:
você.
Não me entreguei à
morte,
perambulava entre as
sombras,
os que me conheciam já
me declaravam morto.
E no final do túnel não
encontrei a luz,
apenas as trevas;
minha vida
transformara-se em um eterno labirinto!
O restante de minha
vida
(se é que tive alguma
após sua partida)
foi doada a essa
odisseia.
Quando descobri a
verdade,
já era tarde...
nunca me abandonou,
pelo contrário,
sempre estivera aqui,
junto de mim.
Franco
07/12/2013