sábado, 7 de dezembro de 2013

Em seu percalço



Percorri infindáveis caminhos,
mas nenhum me levou até você.
A imensidão do mundo
fez-se pequena perante minha determinação.
Mil sóis, desertos escaldantes,
presentearam-me rasgando com rugas 
a pele que não me deixa mentir
e muito menos sequer esquecer este suado percurso.
Os céus testemunharam a incessante busca
e por vezes se comoviam, derramando lágrimas,
ajudando a apagar as pistas que me guiassem até sua alma.
Mares foram desbravados à sua procura,
montanhas movidas,
obstáculos transpostos à custa de sangue,
contudo, para cada muro derrubado
outro surgia em seu lugar.
Pessoas, tentando me ludibriar de minha missão,
com falsos dizeres sobre sua ausência,
me taxando de louco,
não se dando conta que tomei uma direção incontornável,
e necessária,
para mim.
Afoguei-me em bebidas,
que só provaram do insucesso
em entorpecer meu objetivo, em tentarem desviar do meu propósito:
você.
Não me entreguei à morte,
perambulava entre as sombras,
os que me conheciam já me declaravam morto.
E no final do túnel não encontrei a luz,
apenas as trevas;
minha vida transformara-se em um eterno labirinto!
O restante de minha vida
(se é que tive alguma após sua partida)
foi doada a essa odisseia. 
Quando descobri a verdade,
já era tarde...
nunca me abandonou,
pelo contrário,
sempre estivera aqui,
junto de mim.


Franco 07/12/2013