terça-feira, 4 de outubro de 2016

Dona


Desde cedo, manhã, me descontenta
Mal eu tenha acordado, na açoitada,
Sentimentos vencidos: emboscada
Pois em minha cabeça, há tormenta!

Esquecê-la-ei bem tarde à tarde lenta
Na sombra da memória deslembrada
Arrefecendo a cólera viciada,
Do escravo, teso, que não se afugenta!

Já dá noite; rendido agora estou
À madrugada o tempo remodela
O prostrado dos cacos que ficou.

Da janela do quarto a sentinela
Olhado o céu, o véu de fel foi o que restou...
Dona do pensamento, estrela bela!