Sou fogo, suor,
sangue, vinho: dos erros o mais nobre...
Não sou fogo o qual
se brinque, suor a que se vanglorie, sangue que se prove e nem vinho que... se
beba.
Adjunto a mim a
vida se amarga quando menos se aperceba;
E quanto mais se
afaste, a sede de dor cada vez mais lhe consome...
Corroo à minha
volta pelo simples enlace do destino, singelo como um suspiro;
Tão logo as
mesmas incorrerem no infortúnio de compartilhar o ar que respiro.
Ídolos? Desabam
com minha presença não onisciente, não obstante traga o despertar,
Sou a visão dos
cegos em um mundo onde todos possuem olhos, mas que não conseguem enxergar...
A crença já não
se reduz somente a uma palavra vaga, sem sentido (um atavio).
Todavia, assim
como transformada da água para o vinho,
Deixada de ser o
alimento dos avarentos, dos fracos,
Ainda serve de inebriante
para os fortes, os fazendo sorrir com desdém e alvedrio...
Aqui de cima, os
ares são mais revitalizadores, o odor compraz o mais crítico dos olfatos.
Um trono – um
rei soberano – esbaldando-se em risos de seus parvos beatos...
Alacridade
mórbida perante os reminiscentes sintomas de humanidade,
De algo que um dia
fora conhecido pelo nome de racionalidade!
Dionísio
da Silva (2011)
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