Dias passam, repassam,
transpassam... desgraçam,
Sorrateiramente,
despercebidamente... e eu aqui descrente.
Uma casa, um prédio, outra casa,
pessoas, outro calçada, rua, prédio, outra,
Calçada, uma casa, outro prédio,
pessoas, outra casa, outro prédio – cheiro de tédio!
Pavimento, cimento, abafamento
calorento e cinzento – claustrofobia!
Zuuuum, vooom, uóóóm, bibi,
fóóóó, uõuu uõuu, au au...
Carros, caminhões, motos,
buzinas, sirenes, cachorros – metrópole folia!
Zuuuum, vooom, uóóóm, bibi,
fóóóó, pááá, #$%&!!!
Carros, caminhões, motos,
buzinas, acidente, xingamentos – triste rotina noite e dia!
Congestionamento, desacatamento,
atropelamento violento e sangrento – agorafobia!
Andando, trombando, escutando,
cheirando e observando:
Uns trabalhando, outros andando,
música, fumaça e artistas de rua,
Fora o lixo, a placa, o semáforo,
vermelho! Buzina! Culpa da mulher seminua...
Pelas ruas, nuas, pobres almas e
suas falcatruas:
A boa ou a faminta, a que magoa
ou a distinta, a que perdoa ou a que minta,
Ou a isso TUDO e mais um pouco –
LOUCO!
Diversos grupos, diversas tribos,
diversos gêneros, diversos idades – diversidade!
Trilhando caminhos diferentes, reiterando
destinos convergentes – mortalidade!
Mesquinhos mas complacentes nos
ninhos; anjinhos mas maliciosamente nus, sozinhos.
Pequenos produtos de seus meios,
pequenos redutos de anseios – pequenininhos...
Morte no noticiário!
Outro cai no conto do vigário!
De bandido viro tributário!
Político virou sinônimo de
mercenário!
Polícia, do cidadão, agora é
adversário!
Igreja em cada esquina
enriquecendo o seu erário!
É nóis aqui tragicamente temerário!
Solitário.
Tensão, união, desunião, solução?
Guerra ou paz?
Acordo! Do desacordo! Cadê o
acordo?
Pronto pro confronto?
Cru?
Dos barracos à cobertura duplex,
Sarrafos em uns, em outros
cafunés...
Discursos obtusos, escusos seus
usos... abusos inclusos...
Entre! Saia! Entre encontros,
saia desencontros?
O caos da cidade nos deixa
tontos...
Ideologia urbana?
O know- how da sobrevivência, a epistemologia interurbana.
Ainda assim contente e
abstinente, eu viso à esperança,
Franco 29/05/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário