quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Antropologia urbana



Dias passam, repassam, transpassam... desgraçam,
Sorrateiramente, despercebidamente... e eu aqui descrente.
Uma casa, um prédio, outra casa, pessoas, outro calçada, rua, prédio, outra,
Calçada, uma casa, outro prédio, pessoas, outra casa, outro prédio – cheiro de tédio!
Pavimento, cimento, abafamento calorento e cinzento – claustrofobia!
Zuuuum, vooom, uóóóm, bibi, fóóóó, uõuu uõuu, au au...
Carros, caminhões, motos, buzinas, sirenes, cachorros – metrópole folia!
Zuuuum, vooom, uóóóm, bibi, fóóóó, pááá, #$%&!!!
Carros, caminhões, motos, buzinas, acidente, xingamentos – triste rotina noite e dia!
Congestionamento, desacatamento, atropelamento violento e sangrento – agorafobia!
Andando, trombando, escutando, cheirando e observando:
Uns trabalhando, outros andando, música, fumaça e artistas de rua,
Fora o lixo, a placa, o semáforo, vermelho! Buzina! Culpa da mulher seminua...
Pelas ruas, nuas, pobres almas e suas falcatruas:
A boa ou a faminta, a que magoa ou a distinta, a que perdoa ou a que minta,
Ou a isso TUDO e mais um pouco – LOUCO!
Diversos grupos, diversas tribos, diversos gêneros, diversos idades – diversidade!
Trilhando caminhos diferentes, reiterando destinos convergentes – mortalidade!
Mesquinhos mas complacentes nos ninhos; anjinhos mas maliciosamente nus, sozinhos.
Pequenos produtos de seus meios, pequenos redutos de anseios – pequenininhos...
Morte no noticiário!
Outro cai no conto do vigário!
De bandido viro tributário!
Político virou sinônimo de mercenário!
Polícia, do cidadão, agora é adversário!
Igreja em cada esquina enriquecendo o seu erário!
É nóis aqui tragicamente temerário!
Solitário.
Tensão, união, desunião, solução? Guerra ou paz?
Acordo! Do desacordo! Cadê o acordo?
Pronto pro confronto?
Cru?
Dos barracos à cobertura duplex,
Sarrafos em uns, em outros cafunés...
Discursos obtusos, escusos seus usos... abusos inclusos...
Entre! Saia! Entre encontros, saia desencontros?
O caos da cidade nos deixa tontos...
Ideologia urbana?
O know- how da sobrevivência, a epistemologia interurbana.
Ainda assim contente e abstinente, eu viso à esperança,
Embora assim, intermitente, e sem dente: o sorriso da criança...

Franco 29/05/2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário